Cuidado com pneus vai além da calibragem

calibragem do pneuMau estado de conservação pode causar acidentes e, em alguns casos, as seguradoras suspendem a cobertura.

Os pneus, rodando ou não, perdem até 2 libras por mês naturalmente. Daí a importância de fazer a calibragem, no mínimo, uma vez a cada 30 dias e com os pneus frios. Mas esse não é o único cuidado que o motorista deve ter. Além do prejuízo material e do risco de fatalidades, o mau estado dos pneus pode acarretar, em caso de acidente, a suspensão da cobertura por parte das seguradoras. Veja o que é preciso fazer para manter seu veículo rodando em segurança.

Pressão
O fabricante do veículo indica qual é a pressão correta que deve ser usada. Rodar com o pneu abaixo da pressão indicada aumenta a área de contato com o piso, gerando um desgaste mais acelerado nas extremidades do pneu, torna a direção do veículo mais pesada e exige esforço maior do motor, fazendo com que o veículo consuma mais combustível e polua mais. Por outro lado, o excesso de pressão pode causar desgaste mais acentuado no centro da rodagem, perda de estabilidade em curvas, rachaduras na base dos sulcos, maior propensão a estouros por impacto e maior facilidade de penetração de objetos. O máximo aceitável é 2 a 3 libras acima do recomendado pela montadora.

É importante observar que a pressão indicada é diferente para o veículo sem carga e para quando estiver carregado. No último caso, sempre se deve colocar algumas li­­bras a mais, mas é importante não esquecer de reduzir a pressão quando for retirada a carga. E quando for viajar, não deixe para fazer a calibragem na hora de pegar a estrada. Faça isso com pelo menos dois dias de antecedência. É importante, também, não esquecer do estepe. Para ele dá para colocar até cinco libras a mais que o normal, já que o pneu reserva nem sempre é calibrado com a mesma frequência dos pneus em uso e existe aquela perda natural de pressão.

Desgaste excessivo
A profundidade mínima dos sulcos do pneu, indicada pelos TWIs (Tread Wear Indicators), é de 1,6 mm. Abaixo dessa medida, em qualquer parte dos sulcos, o pneu já passa a ser considerado “careca”. No caso de chuva, a pouca ou nenhuma profundidade dos sulcos compromete o escoamento da água que fica entre o pneu e o piso, o que aumenta significativamente o risco de aquaplanagem e a perda do controle da direção por parte do motorista.

Riscar o pneu
Na tentativa de prolongar a vida útil do pneu, alguns motoristas recorrem a profissionais irresponsáveis que usam o recurso de “riscar os pneus” quando eles chegam ou ultrapassam o limite de segurança indicado pelos TWIs. A prática, to­­talmente condenada pelos fabricantes, consiste no redesenho da banda de rodagem com o uso de uma lâmina quente própria para esse fim. Ao ter retirada parte da borracha que compõe sua estrutura, deixando por vezes a lona aparente, o pneu perde sua resistência, podendo es­­tourar em movimento.

Consertos inadequados
Na maioria das vezes, ao consertar um pneu furado, os borracheiros uti­­lizam o chamado “macarrão”, que é um filete de borracha introduzido por meio de uma agulha na per­­furação que se quer eliminar, dis­­pen­­sando a desmontagem da roda. Esse recurso, porém, deve ser utilizado provisoriamente e substituído pelo manchão ou plug assim que possível. Por tempo prolongado, o macarrão pode causar o vazamento da pressão do pneu. E é im­­portante que seja feita a remoção do pneu para a aplicação do conserto permanente para avaliar a real ex­­tensão do dano causado. Quando o dano for nas laterais, o mais indicado é a substituição, já que não é permitido o re­­­­paro nas laterais de pneus de passeio.

Olho na suspensão
Não adianta colocar pneus novos se a suspensão e outras partes do veículo não estiverem em bom estado. Uma suspensão mal calibrada e com peças desgastadas provoca o desalinhamento de direção, deixando o veículo instável e inseguro. Um dos sinais de que o alinhamento do veículo não está correto e que partes da suspensão podem estar gastas ou danificadas é o desgaste irregular ou prematuro dos pneus.

Alinhar e balancear
Desvios mecânicos provocam desgastes prematuros de pneus e desalinhamento de direção. O alinhamento é necessário em caso de im­­pactos na suspensão, na troca de pneus ou quando eles apresentarem desgastes irregulares, quando forem substituídos componentes da suspensão, quando o veículo estiver puxando para um lado ou a cada 10 mil km. O balanceamento também é recomendado a cada 10 mil km ou quando surgirem vibrações ou for feita a troca ou conserto do pneu.

Rodízio
O rodízio de pneus tem a função de equalizar o desgaste e garantir uma vida longa e uniforme a eles. Deve ser realizado segundo a recomendação que consta no manual do veículo ou, na falta deste, a cada 8 mil km para pneus radiais e 5 mil para pneus diagonais.