Encerar e polir: saiba quando e como dar um trato no carro.

A aplicação de cera e o polimento automotivo são serviços de cuidado da pintura do veículo. Contudo, existem grandes diferenças entre os dois, e cada um serve a um propósito específico. Enquanto o enceramento pode ser feito em casa, o polimento deve ser deixado para profissionais, aponta especialista, que também dá dicas para as duas situações.

Para conhecer as características de cada um desses serviços, conversamos com Igor Raboni, criador da Ao Raboni, especializada em limpeza e estética automotiva. Raboni explica que o principal objetivo da cera automotiva é de proteger a pintura.

Com ela, a carroceria do veículo vai ter mais resistência à sujeira, exposição ao sol ou a chuva. O serviço também vai facilitar a lavagem do carro, pois evita que detritos se prendam à pintura. Já o polimento automotivo é um processo mais agressivo, capaz de eliminar riscos e outros danos mais profundos.

Assim, enquanto alguns tipos de cera automotiva podem servir como uma prevenção, o polimento automotivo é uma correção de danos que já ocorreram, esclarece o especialista.

Tipos de cera automotiva

Existem vários tipos de cera automotiva e cada uma vai ter um resultado diferente quando aplicada. A cera limpadora, explica Raboni, oferece uma proteção leve, com baixa durabilidade. Por outro lado, o produto consegue esconder pequenos defeitos da pintura, como marcas de unha ao redor das maçanetas, exemplifica ele.

A cera limpadora é uma mistura de substâncias naturais com abrasivos, contendo um pouco de massa de polimento automotivo em sua fórmula. É por causa desses abrasivos que o produto consegue esconder pequenos arranhões e desgastes.

Outro tipo é a cera de proteção, feita inteiramente de substâncias naturais. Sua composição é de cera de carnaúba, óleos vegetais e, algumas vezes, cera de abelha. Além de proteger, essa espécie de cobertura serve para dar um brilho mais forte à carroceria.

Existe, ainda, a cera selante. Ela também dá mais brilho e protege a pintura do carro, e tem durabilidade mais longa, de até um ano. Contudo, o produto exige mais habilidade para ser aplicado. Sua composição é inteiramente sintética.

Raboni explica que todos esses tipos de cera automotiva podem ser encontrados em três apresentações diferentes: pasta, que costuma ser vendida em latas; cremosa; e líquida. Quanto mais fluida for a substância, mais fácil será aplica-la, e menor será sua durabilidade.

“É como se você diluísse o produto em água”, ilustra ele. Contudo, para um iniciante que quer fazer o serviço com a próprias mãos, o mais indicado é uma cera de proteção na forma líquida.

Como aplicar a cera automotiva corretamente

Antes de aplicar a cera, o veículo deve estar completamente limpo. O mesmo vale para o polimento automotivo. Se o veículo já estiver com cera, é necessário fazer uso de um shampoo que tenha a capacidade de removê-la durante a limpeza. Deixe o veículo na sombra o tempo todo, pois a carroceria não pode estar quente na hora de receber a cera.

Em seguida, Raboni recomenda que se faça uma descontaminação da pintura. O serviço é feito com uma clay bar, uma espécie de massinha que remove resíduos do poro do verniz. Assim, a cera vai ter mais durabilidade e apresentar mais brilho.

Então, o carro vai estar pronto para receber a cobertura. Borrife a cera de proteção líquida sobre a lataria e espalhe com um pano de microfibra até o produto desaparecer. O único cuidado é o de não deixar a substância entrar em contato com plásticos foscos e borrachas, adverte o especialista.

Ele também chama a atenção para o “período de cura”. Depois que a aplicação for concluída, o veículo deve passar de 2 a 4 horas sem entrar em contato com água ou atrito de qualquer forma.

Aplicando outros tipos de cera

No caso da cera de proteção em forma cremosa ou em pasta e da cera de limpeza, o processo de aplicação é um pouco diferente. O carro também deve estar limpo, ter passado pela descontaminação, e permanecer na sombra, com a carroceria fria.

O produto deve ser aplicado com uma espuma, ferramenta inclusa na embalagem de algumas marcas. Depois disso, deve-se aguardar uma média de cinco minutos e, então, remover o excesso do produto com um pano de microfibra.

Esse tempo é indicado na embalagem da cera. Raboni também dá uma dica: em regiões mais quentes, esse tempo deve ser um pouco menor, porque a cera vai secar mais rápido. Já em regiões frias, acontece o contrário, e deve-se esperar um pouco mais.

O tempo entre a aplicação e a remoção do excesso serve para que a cera automotiva se prenda ao verniz da pintura. Com essa variação de temperatura, segundo o especialista, a média de espera será de 3 a 7 minutos.

Outra dica de Raboni é não aplicar o produto no carro inteiro de uma vez só. Ele recomenda ir por partes, começando, por exemplo, com uma porta e um para-lamas. Então, esperar o tempo necessário, remover o excesso e, só então, aplicar a cera em outras partes.

Ele também recomenda o uso de duas flanelas de microfibra. “Uma para espalhar e tirar a cera, e outra para dar o lustre, fazendo o acabamento”, detalha ele. O especialista indica, ainda, que o pano tenha gramatura mínima de 350 gsm.

Se a cera for do tipo selante, o cuidado deve ser redobrado. Se o tempo de espera for excedido, passando de 5 para 10 minutos, podem surgir manchas sombreadas na lataria. Se isso acontecer, será necessário contratar um serviço de polimento automotivo para eliminá-las, adverte o especialista.

Em todos os casos, o veículo deve ter de 2 a 4 horas de descanso no período de cura.

Polimento automotivo deve ser feito por profissional

Ao contrário da cera automotiva, que pode ser aplicada pelo próprio motorista sem muitas dificuldades, o polimento do carro deve ser feito por um profissional. Raboni explica que o polimento é um processo abrasivo, que remove uma pequena camada do verniz que existe sobre a tinta. Por causa disso, o processo deve ser feito poucas vezes durante a vida útil do carro.

Assim, ele deve ser feito apenas em casos específicos, quando há arranhões ou outros defeitos na pintura que não podem ser corrigidos de outra forma. E, da mesma forma que a aplicação de cera, o serviço requer que o carro esteja previamente limpo e com a pintura descontaminada.

O polimento automotivo é feito com o uso de uma máquina que se assemelha a uma lixa, conhecida como politriz. A ferramenta elétrica deve ser bem controlada pelo profissional, pois qualquer desvio pode levar à remoção da pintura e outras avarias graves.

“Na hora do polimento, o maior risco é de a pessoa querer fazer em casa”, assegura o especialista. Portanto, não corra esse risco, e procure um estabelecimento de confiança. Nessa hora, também existem algumas dicas para escapar da pi-ca-re-ta-gem.

Dicas para escolher o profissional certo

Raboni recomenda que se façam algumas perguntas no estabelecimento de interesse, e as respostas vão mostrar se o profissional é qualificado ou não. Confira:

  • Pergunta: Vocês vão fazer a descontaminação?
  • Resposta: Deve ser “sim”.
  • Pergunta: Vai descontaminar com o que?
  • Resposta: Deve ser “clay bar”, porque não existe outro método.
  • Pergunta: Você sabe qual é o tipo de verniz do meu carro?
  • Resposta: Segundo Raboni, um profissional qualificado vai saber responder, pois cada fabricante tem um padrão. As possibilidades de resposta são macio, médio ou duro.

O que é polimento automotivo técnico?

Existe, ainda, um serviço mais especializado, conhecido como polimento técnico. O objetivo é o mesmo que de um polimento comum, mas inclui um projeto específico para cada carro, explica Raboni.

O esquema vai levar em conta as boinas utilizadas, os compostos polidores, a velocidade da máquina, o tipo de máquina e a pressão exercida sobre a pintura. “Criamos uma combinação desses processos para fazer um polimento automotivo que pode ser mais ou menos agressivo, a depender da necessidade do carro em questão”, detalha ele.

Cristalização, espelhamento e vitrificação acompanham o polimento automotivo

Existem, ainda, alguns outros serviços que também envolvem o polimento automotivo. O espelhamento é o mais antigo deles, e ficou conhecido por dar ao carro um brilho chamativo. Contudo, hoje, pode ser considerado ultrapassado por desgastar a pintura da carroceria excessivamente.

Já a cristalização é um processo de polimento seguido da aplicação de uma cera de proteção. Por fim, a vitrificação é a aplicação de um produto especial depois do polimento. O vitrificador é como uma película, explica Raboni, que chega a ser seis vezes mais resistente do que o verniz que já acompanha a pintura automotiva.

Por fim, nenhum desses processos, nem o polimento, deve ser feito em um carro zero quilômetro. A razão é que, ao sair da fábrica, a pintura do veículo já vai estar protegida por uma camada de verniz. E, durante esses serviços, grande parte do verniz é removido, o que é desnecessário se ele ainda está em boas condições.

Para valer a pena fazer a vitrificação e outros tipos de polimento automotivo, o carro deve ter pelo menos dois ou três anos. Eles só são necessários quando a pintura já começou a perder o brilho. Por isso, fique de olho se uma concessionária oferecer o serviço para um carro novo

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Por Bárbara Angelo

Matéria adaptada do portal: https://autopapo.uol.com.br/

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