O que verificar no carro após ser atingido por uma enchente

1

Se o seu carro foi atingido por uma enchente, alguns cuidados são necessários antes voltar a rodar com ele:

As chuvas “acima do esperado” se tornam frequentes em várias cidades do país. E os terríveis efeitos dela são cenas comuns no verão em cidades como Belo Horizonte, São Paulo e Rio: carros sendo arrastados ou quase submersos em enchentes e alagamentos. Se o seu carro foi atingido por uma enchente, nem tudo está perdido. Mas é preciso tomar cuidado e seguir alguns procedimentos para salvar o carro.

Não ligue o motor de cara
A água baixou e aparentemente está tudo ok com o automóvel? Não ceda ao impulso de virar a chave. Se a água entrou na câmara de combustão e você acionar o motor pode ocorrer o chamado calço hidráulico. É quando os pistões não conseguem comprimir a água e há o empeno da biela. Aí, só com retífica de motor, que pode custar de R$ 5.000 a R$ 20 mil, dependendo do modelo.

Verifique o filtro de ar
A primeira dica é abrir o capô e ver como está o filtro de ar. Se ele estiver úmido ou houver água em seu compartimento, chame o reboque e nem pense em ligar o carro. Na oficina, é preciso mandar retirar as velas, trocar o filtro, secar e limpar o local, além de retirar a água que foi parar nos cilindros.

Óleo do motor
Em situações como essa, o óleo do motor também foi atingido. E a água, além de modificar as propriedades do lubrificante, também contamina a substância. O ideal é trocar todo o produto por sistema de sucção e colocar um novo, seguindo as recomendações do Manual do Proprietário. Substitua também o filtro de óleo.

Bancos encharcados
Mesmo que a água não tenha atingido inteiramente os bancos, vale retirá-los para fazer uma limpeza correta. Passe primeiro um pano úmido, depois use sabão neutro ou produto específico e retire o excesso com outro pano úmido. Importante deixar os assentos secando sob o sol antes de colocá-los novamente no carro.

Tapetes
Aproveite que você tirou os bancos fora e faça o mesmo com os tapetes. Retire as coberturas de borracha e/ou carpete e use uma escova e sabão neutro para limpá-las bem. Também deixe os tapetes secando ao sol.

Assoalho
Na cabine, é preciso limpar o “chão” do automóvel atingido por um alagamento. Retire todo o feltro antirruído e jogue-o fora, pois ele perde sua capacidade de isolamento acústico (e ainda pode virar foco de mofo).

Passe um pano úmido e limpe a área – especialmente os cantos – com xampu biodegradável neutro. Depois, coloque um feltro novo.

Borrachas
O acúmulo de água nas áreas de vedação pode resultar em oxidação precoce desses pontos da carroceria. Retire borrachas que cobrem as dobradiças das portas, passe um pano úmido na lataria e também nas junções das peças emborrachadas. Aguarde tudo secar para recolocar as vedações.

Boris comenta sobre o barulho de água dentro das portas e como resolver.

Cintos de segurança
Puxe as tiras do cinto e passe um pano úmido. Deixe-os afivelados nos pontos de fixação até secarem. O acúmulo de água em um carro atingido por alagamento e de sujeira nestas peças vai causar mofo e mau cheiro com o passar do tempo.

Componentes elétricos
O ideal é fazer a troca de todo o chicote elétrico de um carro atingido por enchente. A água pode comprometer o funcionamento dos componentes elétricos e oxidar a fiação, acarretando em mais problemas futuros. Se o custo para a troca for alto, limpe o quanto antes os conectores e os lubrifique, para minimizar o risco de corrosão.

Câmbio e motor
Há oficinas especializadas em checar e limpar todo o carro atingido por um alagamento mas também em fazer um check-up do conjunto mecânico. O estabelecimento vai verificar se a água comprometeu componentes do motor, discos e pastilhas de freio, fluidos essenciais do carro, assim como a transmissão – caixa e óleo.

Seguro cobre?
Veja se sua apólice tem cobertura para causas naturais. Geralmente, são os seguros que cobrem os carros atingidos por enchentes e quedas de árvore, por exemplo. Mas, atenção: encarar um trecho alagado por conta própria pode fazer você perder o direito ao seguro.

Fonte: https://autopapo.com.br/